sábado, 10 de março de 2012

Todas as bolas redondas batem nas paredes

A vida é uma daquelas coisas do tipo complicadas. Achamos que somos o sol e que ela é um planeta principal à nossa volta e depois acabamos por rezar a uma força que nem sabemos bem se existe a pedir para sermos um planeta secundário quando já não há nada a fazer para impedir a nossa queda num buraco negro. Somos qualquer coisa, sim não tenho dúvidas, mas será que basta isso para nos afirmarmos como seres vivos? Canalha é aquele que achar que sim ou então outro qualquer que concorde que não só por aceitar todas as coisinhas que lhe parecem uma espécie de arte divina que não pode ser questionada! Vamos lá ver, o que seria da arte se não fosse questionada? Faria sentido a própria essência do questionamento não aceitar ser vítima da crítica? Um quadro escondido da alma da dúvida morre no momento em que foi pintado! É triste saber da quantidade de vezes que isto já foi dito e ainda assim não é cumprido. Peço desculpa, não sou ninguém para falar, afinal estou a exigir que duvidem, impedindo-vos de duvidar da minha própria exigência! Meu caro mundo que criaste a sociedade, diz-me porque é que isto é tão complicado?
Não quero ser diferente, mas sim ser nada, pois essa é a única forma de viver. Não posso aceitar uma definição para mim mesma e utilizá-la como veículo para a minha vida em sociedade. Isso é o mesmo que uma tangerina já morta e caída no chão ser empurrada por todos os ventos e tempestades durante 5 anos e depois acabar na boca de um qualquer animal até se desfazer e não deixar rasto. O ser humano cai muitas vezes da árvore, perde a ligação com os ramos, esquece-se das flores que o procriaram e do tronco que segura toda a sua família. Acha-se mais importante por estar no topo, porque pensa que a partir dele a queda é mais demorada, esquecendo-se de que é o primeiro a levar com a chuva e o granizo das tempestades que ninguém controla, a menos que Deus exista e possa ser considerado alguém, o que me parece impossível visto que todos os alguéns são controláveis.
Se eu sou diferente? Não, a única coisa que distingue a minha igualdade é a minha perspetiva de a ver. Essa sim está longe de ser igual. Os meus sonhos não fazem parte das respostas possíveis aos questionários, os meus lábios não beijam paredes, os meus olhos não estão ligados à minha alma, as minhas mãos recusam-se a escrever o que lhe pedem, os meus ouvidos não filtram o que não lhes convém, o meu olfato é atraído pelos subúrbios e o meu infeliz coração arrecada tudo aquilo que o meu cérebro lhe transmite. Não filtrar, significa não ser, não ser leva-me a mudar, mudar faz-me sentir viva, estar viva enche o meu coração e um coração cheio tem um destino previsível: Ataque cardíaco! Ah? Que raio de estupidez é esta? Agora tenho de me seguir pelas leis da natureza? É que se sim, estou desgraçada com a sua ciclicidade. Viver leva à morte, mas não viver significa não sair da morte da vida! Estou louca só pode e já estou a mudar completamente de ideias. Provavelmente, o melhor será continuar morta e não querer fazer parte desse ciclo, porque irei parar ao mesmo! Não me vou dar ao trabalho de sair deste sofá confortável onde posso aceder a todos os mundos fantásticos que acabam no início ou no fim ou no meio do ciclo da vida, se é que um ciclo tem extremidades, e me dão espaço para pensar que depois de um final feliz tudo o resto é mais que cor-de-rosa. Sozinha vou perder-me sem se quer aproveitar a beleza de estar numa esplanada a tomar café. A minha única solução é esperar pelo amor que dizem andar por aí e pelos ares em vez de fugir da minha conduta. Afinal, não é isso que todos fazem? E até tem corrido bem, certo?!?!? Pois, realmente...

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