segunda-feira, 30 de abril de 2012

Um fado que é de quem o quiser!

Sou fã incondicional da Mariza! Penso que é a primeira vez que utilizo esta expressão e não gosto de parecer obcecada, mas a verdade é que me revejo na sua voz, na sua atitude, na sua alma e acima de tudo, no seu fado. A capacidade que tem de partilhar aquilo que é na música e de encará-la com todos os orgãos e sentidos dão-me determinação e coragem. Quando saí do concerto dela aqui no Porto senti que o amor é literalmente concreto se respeitarmos o seu mistério! Deixo-vos então uma das minhas músicas preferidas acompanhadas por música


MEU FADO MEU
Trago um fado no meu canto
Canto a noite até ser dia
Do meu povo trago pranto
No meu canto a Mouraria
Tenho saudades de mim
Do meu amor, mais amado
Eu canto um país sem fim
O mar, a terra, o meu fado
Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado
De mim só me falto eu
Senhora da minha vida
Do sonho, digo que é meu
E dou por mim já nascida
Trago um fado no meu canto
Na minh'alma vem guardado
Vem por dentro do meu espanto
A procura do meu fado
Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado

sábado, 28 de abril de 2012

porque sim


Calem-se, Palavras
Calem-se!
Não tentem ser aquilo que é
Quando nada é dizível!

Eu sou (qualquer coisa)
Mas não sei explicá-la
Nem quero.
Quem quiser que perceba.

-Como?-

Percebendo!
Que raio de mania de marcar todas as pegadas!
Não posso andar simplesmente sem olhar para o chão??

Porque é que tem que haver sempre alguém que o faça por mim?

Porque me ama?

Ridículo
Ninguém me ama a mim
Só sabemos amar as pegadas!

Agora calem-se, palavras!
Nada disto importa.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Equilíbrio: A finalidade!

- Olha só para aquele carro. Ainda dizem que nada se consegue com sorte, mas sim com trabalho... Cá eu trabalho o dia todo desde que saí da escola e não tenho nada daquilo.
- Talvez porque não fazes o mesmo trabalho. Já pensaste que podes não ser tão necessário?
- O que é que tu estás para aí a dizer? Eu sou tão ou mais necessário do que esses gajos de fato que passam o dia sentadinhos a conversar e a beber chá enquanto que eu estou a trabalhar. E não me digas que trabalham com a cabeça que eu não vou com essas tretas.
- Não vou discutir isso contigo, porque não vale a pena, mas tu sabes bem que sem eles o teu trabalho ainda valia menos. Agora não penses que eu acho que tu és um caso perdido. Longe disso! Todos nós somos necessários!
- Então porque é que aquele tipo passou de jaguar e eu ando neste fiat que mal arranca?
- Existem várias formas de sermos pagos. Aposto contigo que quando eras jovens e levavas a tua namorada para o monte divertias-te mais do que aquele tipo naquele jaguar. Para quê ter um carro enorme e luxuoso se ninguém quer andar contigo nele? Ou então, só o quer pelo carro e não por ti? Tu és o gajo mais sortudo no meio disto tudo. Se o tamanho do teu carro não te chega é porque tens sempre pessoas ao teu lado. Todos esses ricalhaços perdem a noção daquilo que verdadeiramente importa. A fortuna e os luxos servem apenas para destorcer a infelicidade e encher um vazio que continuará sempre sedento.
- Tu sabes que eu não sou bem gajo de dar voltas com a cabeça, mas também gosto de ir lendo os jornais e ainda há dias li que as pessoas com mais dinheiro são mais felizes.
- Pois. No entanto, quando somos pobres desenvolvemos muito mais o nosso lado afetivo, porque não nos preocupamos com o resto. E pensa, não achas que a amizade, o companheirismo e a família são muito mais importantes do que assistir a um concerto erudito?
- Ai se não acho! Mas se eu não tivesse que ir buscar lenha e lavar o carro, e pudesse pagar a quem me fizesse isso, ia ter mais tempo para a minha família.
- Concordo, mas para teres esse dinheiro nem tempo tinhas para pôr os pés em casa.
- Mas tu não dizes que esses ricalhaços só trabalham com a cabeça? Podia trabalhar em casa.
- Pois esse é o grande problema. Tu trabalhas com o corpo, levas para casa o corpo cansado, mas a alma fresca. Se trabalhasses com a cabeça não irias ter cabeça para aturar os outros. E sabes, meu caro amigo, se amar requer paciência, significa que também precisamos de cabeça para amar.
- Eu concordo contigo. Nem tenho cabeça para conseguir discordar, mas acho que se tivesse um pouco mais de dinheiro ao menos para poder comprar mais livros para os meus filhos e para os poder levar mais vezes ao cinema acho que não me iria tornar numa pessoa fria.
- Querias ser como eu?
- Sim, equilibrado.
- Não queiras. O equilíbrio sufoca-me!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Reflexo do nada

Espelho meu
Espelho meu
Diz-me, para que serves?

Nada refletes que eu não consiga tocar
Nada mostras que os outros não sejam capazes de ver
Nada és para além do que já é.

Diz-me, porque vou eu ter contigo?
Para me ver melhor?

Ridículo!

Talvez eu não passe de um reflexo por nascer
Que vive em busca de vida!



Raios perdi-me em ti!



Talvez um dia me encontre
E seja capaz de me rever no mundo!

Diz-me, haverá alguém como eu?

sábado, 14 de abril de 2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Redondamente quadrado

Na beleza da estupidez do baixo
Giro à volta de um quadrado
Tentando subir ao telhado
E esquecer o concreto.

Não cobiço as nuvens
Cobiço cobiçá-las
Mesmo sem saber
Se as quero.

Limito-me a empurrar
A pálpebra do meu coração
Para que esta abra
E apague a luz que incide nos meus olhos.

É aí que dou vida aos meus sonhos
Conjeturando os passos
Que estarei a dar
Na realidade que desconheço.

Um dia irei desabrochar
Sem reparar na diferença!

sábado, 7 de abril de 2012

PROPENSÃO

Elevo-me ao cume da selva
Exibo os meus dentes afiados
E rujo com a proeza de leão
Sem presumir que todos fugiriam de medo.

Corro atrás do mundo com a velocidade do desespero
E empurro o próprio vento até não ter tempo de reparar nos abismos.

Caio.


MAS


Acordo.

Bzzzzzzzz
Bzzzzzzzz
Bzzzzzzzz
Bzzzzzzzz

Mandam-me calar
Mas continuo.

Bzzzzzzzz
Bzzzzzzzz
Bzzzzzzzz
Bzzzzzzzz

É então que me acendem a luz que eu tanto desejava.

Caio ou não?
O meu coração é a caneta com que escrevo,
A minha cabeça é o papel que o suporta.

Mesmo sem papel, posso escrever na infinidade de vácuo
Mas sem caneta não consigo deixar marcas supremas.

Serei feliz enquanto tiver tinta!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

"um não sei quê"

Sombra na alma que arrebata o bater do fulgor intocável
Rude coisa mais que coisa sem nome
Criadora dos confins do universo incriáveis
Apaixonada pela dor do tudo pouco mais que nada
Vibrando com a fraqueza dos animais
Que dizem ser humanos
Sem receio de perder o lar.

Mas quem são esses que a chamam amor
Sem saberem quem ela é?


Teresa Poças

terça-feira, 3 de abril de 2012

À procura do eu!

Não sei bem explicar o que isto é. Sei que já fazia tarde e não conseguia tirar da cabeça a ideia de não estar no sítio certo. Assumo que ponderei alongar a vida desta personagem e deixá-la florescer, mas ainda não me sinto suficientemente preparada para deixar que ela faça parte da minha vida.


Hoje é mais um dia em que acordo num lugar mais horrífico do que qualquer pesadelo que possa ter. Por vezes, nem reparo que o sol esteve a tentar queimar os meus olhos durante as viagens que faço pelo meu inconsciente que podem durar horas, noites e dias. A verdade é que ele não me faz grande diferença, a não ser lembrar-me de que sou uma otária por não o aproveitar para aumentar a lista de razões para ser feliz. Todas as listas e planos são um contra-ataque ao falhanço previsto por não termos confiança nos nossos próprios talentos, se é que os temos. No entanto, sentir que somos os ramos que seguram as flores, os tijolos que resguardam um lar, as veias que ligam os órgãos, enfim, a placas que seguram o mundo, por vezes faz-nos sentir mais importantes do que ser o próprio mundo! Gostamos de lhe poder dizer que ele não existiria sem nós, que cairia nos confins do universo sem a nossa força e que por isso, nós, sim, nós, somos um mundo ao quadrado... que por acaso significa um mundo.
Por acaso? Será? Claro que não! O ser humano é uma vida ao quadrado, uma só força que se sente duplicada, virada do avesso, mais do que apenas um só ser. Sentimo-nos muitos e a verdade é que não somos dois, mas também não somos só um. Somos extremamente complexos e incapazes de fugir a um zero capaz de eliminar todas as raízes quadradas, retangulares ou obtusas que estejam em evidência com a soma das divisões das partes de tudo. Agora não ficava lindo dizer que nem esta equação explica o amor eterno e grandioso que sinto por um fulano qualquer que deveras tinha encontrado anteontem? Sim, ficava, mas a verdade é que ainda não encontrei outro um pelo qual me possa multiplicar e fortalecer a fragilidade que aparento. Sinceramente, não sei se estou à espera ou à procura, mas de uma coisa tenho a certeza: Não estou no lugar certo!
Filha, anda cá, estou farta de te chamar e tu nunca mais vens!
Sim, mãe, já vou!
‘Tá bem, vem quando quiseres, até fica aí se preferires, tenho mais que fazer.
            “
            Duvido plenamente que a minha mãe tenha alguma coisa para fazer ou alguém à espera dela a não ser os típicos apresentadores dos programas da manhã que fazem de tudo para mostrar que aspirar o pó até pode ser divertido. Normalmente, ela passa os dias a pintar ou a pensar nas crónicas que escreve semanalmente para algumas revistas, uma de economia, outra de política e sociedade e outra sobre as peripécias e os parafusos das mulheres, que ela tão bem compreende, mas ao mesmo tempo ridiculariza. Adoro a forma como ela demonstra o amor que tem pelos outros. Em vez de me deixar faltar à escola hoje, poderia ter começado a berrar e utilizar o meu telemóvel como ameaça para deixar o seu cérebro organizado e não duplicar o peso da sua consciência, mas ela tem uma capacidade tão grande de arriscar e uma confiança em si mesma tal, que acredita na possibilidade de eu mudar, crescer e amadurecer mais cedo do que aquilo que eu possa imaginar. Ela também sabe sem margem para dúvidas, que eu não vou aproveitar este dia de folga para pôr em dia as séries que tenho gravadas ou fumar um charro utilizado por meio mundo, mas sim para procurar o meu lugar no mundo. Sabem onde ele fica? Em mim, mesma, por isso só tenho de me descobrir! ATENÇÃO, só, e repito, só, tenho de me descobrir a mim mesma. Parece fácil, não? A mim parece-me mais fácil descobrir o Brasil no séc. XII ou pisar o sol em 2013 e não estou a exagerar! Isto parece absurdo, mas a verdade é que quanto mais me procuro, mais fujo de mim mesma, porque não quero ser encontrada. Incongruente? Sou uma pessoa, que mais posso dizer?
            O melhor é eu largar estes pensamentos antes que entre em estado psicodramático e tomar um bom pequeno almoço para encher o estômago e porventura, tapar a alma se ela ficar próxima dele. Crepe de chocolate com sumo de laranja, parece-te bem? Sinceramente, também não me interessa, tenha as calorias que tiver eu vou comê-lo na mesma e ainda por cima só tenho de o retirar do congelador e clicar no botão do microondas! As calorias são um preço mínimo a acrescentar àquilo que paguei por isto em promoção conforme a quantidade. Além do mais, não estou gorda! Posso não ter um corpinho “perfeito” realçado pela beleza dos ossos como a maioria das dondocas, estrelas de cinema e raparigas armadas em modelos que andam por aí, mas também não sou nenhuma baleia. Simplesmente, gosto de ter prazer e isso não é normal? Não acredito que alguém tenha razões para me julgar por isso, apesar de haver quem pense que sim! A Natureza deu-me 1 metro e 72 centímetros para segurar os meus 60 quilos e muitas coisinhas boas à disposição para eu ingerir. Afinal, se não fosse para cobrir todas as lamúrias e adocicar todas as lágrimas salgadas, para que é que serviria o chocolate? Não vejo razão mais nobre de existência do que derreter os corações mais frios deste mundo que batem sempre à mesma velocidade sem questionarem a parede que confrontam todos os dias. Ai meu Deus, como é que eu cheguei até aqui? Crepes de chocolate? Incrível, posso comer à vontade, sentir, pensar, refletir e questionar são atividades absolutamente desgastantes! O melhor é eu ir buscar um papel e apontar todos estes desvaneios para tentar provar o quão lucrativos são estes dias vazios em termos de autoconhecimento. Aliás, eu acho que ficar em casa é a única forma de evitar a estagnação da filosofia e de desenvolver o conhecimento moral, pessoal e social. Ok, talvez esteja a exagerar, admito que estar em sociedade é a melhor forma de a perceber, mas se nos limitarmos a estar sempre presentes nela, acabamos por seguir a maioria, conformando-nos com os crepes “préfeitos” e “ultracongelados”. Por isso mesmo, preciso de dias a sós em que possa apontar as receitas que vou aprendendo e refletir sobre elas para poder conjugá-las e criar a minha própria receita, isto é, os meus próprios crepes! Nem mais, a cozinha espera-me e o futuro da gastronomia lisboeta também!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

No mundo e na poesia!

Não gosto de fazer textos de apresentação, porque tudo aquilo que eles exigem é uma camuflagem que nada diz daquilo que somos. Ainda assim, vou colocar as filosofias um bocado à parte, tal como por vezes os cientistas devem fazer com a lógica.
Comecei a escrever quando me ensinaram a fazê-lo, mas poetizo a vida desde que a vi, com olhos incapazes de observar sem questionar. Sorri e brinquei muito, com ou sem poesia, e continuo a fazê-lo, como uma criança que ainda nada sabe sobre o mundo. Se “somos as nossas memórias”, como dizia Saramago, então eu deveria ser muito pequena, e sou, mas guardo-as com uma paixão tremenda capaz de aumentar a sua intensidade. Meço-me, principalmente, pela concentração, sendo que divido o amor que dou às coisas que faço, pela quantidade delas. Quanto mais concentrados formos, mais felicidades vivemos, tal como mais tristezas, mas o mais importante, é que aproveitamos melhor a oportunidade de ser vida.
Se eu fizesse apenas poemas, atingiria o valor máximo de concentração. Porém, apenas iria conseguir escrever sobre como escrever, enquanto que existem inúmeras paisagens para contemplar.
Não sou a minha poesia, sou aquilo que me leva a fazê-la!

P.S.: Vejo-me obrigada a aceitar a ignorância de muitos cientistas no campo literário e filosófico!

Imensidão do Vazio?

-       A que te cheira Imensidão do Vazio? Que raio de título! Só ao dizê-lo fico assustado. Parece um fantasma que me come vivo.
-        Não sei. Toca-me, mas ao mesmo tempo está distante de mim. Corro à procura dele, mas as palavras fogem e deixam para trás isso mesmo, um cheiro. Um perfume novo, indecifrável e por intitular.
-        Calma, mais devagar. Então é um cheiro, deixado por um título, que está por intitular?
-        Sim, isso mesmo. Parece passar uma mensagem nova, como uma brisa que atravessa a nossa alma pela primeira vez, deixando um rasto que queremos chamar, mas não sabemos o nome.
-        Mas ouve bem, se é novo então alguém há-de ter que lhe dar um nome! Até as próprias pessoas precisam de outras pessoas para serem mais do que uma pessoa.
-        Estou a ver que andas a prestar atenção aos livros.
-        Olha lá, achas mesmo? Simplesmente soube dar um nome ao meu filho.
-        Pois, mas a verdade é que eu não consigo arranjar palavras para as palavras. Elas arrepiam-me e vibram todos os meus sentidos. Mudam-me de direção e completam a minha parte vazia, mas ainda assim fica sempre algo por preencher e uma imensidão de palavras que não cabem nela. Só que há coisas que mexem comigo sem falar, sem mudar nada em mim. Como se me fizessem avançar e recuar, ficando no mesmo lugar.
-       Um suspiro?
-       Digamos um fôlego, um ar que retemos e libertamos!
-       Não vai dar tudo ao mesmo?
-       Vai.
-       Então de onde vem a preferência?
-      Não sei, também não compreendo!
-      Andas a ficar demasiado estranho. Não consigo perceber nada dessas tuas ideias. Parece-me que estamos discutir como são, coisas que nem são.
-      Eu sou.
-      E a poesia é?
-       Não. A poesia só é versos. Podia utilizar a palavra meros, apenas ou exclusivamente, mas porque o haveria de fazer se são só versos? No entanto, repito, eu sou e por isso, ela é enquanto que eu lhe der vida. Tu também o podes fazer se lhe deres a oportunidade de ser aquilo que ela faz.
-       Acho que não estás a perceber, nem parece teu. Eu perguntei se a poesia era no sentido de viver por ela própria como nós. Segundo o que tu dizes os computadores também têm vida se alguém os amar.
-       Belo exemplo. A verdade é que os computadores são, mas são sempre a mesma coisa e como tu fizeste a pergunta no sentido da existência de vida, digo-te, eles são desprovidos dela. Viver é não ser, porque ser implica ficares parado num determinado instante em que tens determinadas características e viver é uma constante, inconstante, sempre em movimento. Se tu vives, nunca és nada, mas sim estás a ser!
-       Então só os seres vivos é que são, porque um poema é sempre o mesmo.
-      Aí é que te enganas. Um poema nunca é o mesmo, porque ele só existe se for lido e ninguém o lê da mesma forma. Em si e para além de tinta, a poesia só é versos.
-      Cá eu, acho que para haver vida, tem de haver opinião e a poesia não fala sozinha, precisa de alguém que a faça viver, como tu disseste.
-       Então nada nem ninguém tem vida!
-       Então porquê? Nós humanos temos opinião.
-       Pois temos, aliás, eu até já o disse por outras palavras, mas toda ela surge de outras opiniões e ideias, como uma corda à qual se acrescentam outras cordas inspiradas na que já lá estava.
-       Mas teve que haver um começo, uma primeira vivência que pudesse inspirar todas as outras.
-      Não.
-      Não?
-      Não, porque as opiniões são obras da sociedade. Ora, como esta funciona ciclicamente, não tem princípio, meio, nem fim.
-      És capaz de ter razão.
-      Talvez, mas tudo o que se tem, perde-se. É a vida!
-      Olha, acho que já sei porque é que a Imensidão do vazio me assustou.
-       Então diz lá!
-       Para viver não podemos ser.