Como poderias pensar que eu precisaria de ti?
Aborreces-me com a tua sonoridade
Engasgas todas as minhas vontades
E rompes os meus segredos
Tornando-os coisas mais que reais!
Oh verso, não vale a pena caíres,
Não estou aqui para te apanhar
Tenho mais que fazer do que refletir
Acerca de algo que nem é meu
Quando o sol da primavera
Reflete a minha beleza nas águas
Do Inverno mais sombrio!
Sou mais forte do que essas palavras,
Cheias e vazias,
Quadradas e macias,
Que tanto dizem e deixam por dizer,
Àqueles que não criam a sua própria história.
Contos? Só memórias da minha vida
Tão suja que me deixa sempre algo por limpar,
Pedras por apanhar
Sonhos por construir.
Agora poemas?
Eu bem os deixo cair
Mas não
Não os apanho!
(um heterónimo, talvez)
(um heterónimo, talvez)
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