domingo, 16 de março de 2014

Entardecer

O guarda-sol, parado, já não guarda o sol que retarda
E eu, cansada de nada, fujo dos raios a cada quarto d'hora
Atrevendo-me a ponderar empurrá-lo da próxima vez
Em que o sol balance no azul e saia fora do pano!
Peço desculpa, amigos, pelo meu ato egoísta
Mas, acabando com a mística,
Lembro-vos de que o sol não balança, 
Nem a tarde cai,
Nem seria possível eu fugir
De algo que não avança!
É o guarda-sol, aquele que se faz de parado,
Que foge a cada quarto d'hora,
E eu, sem saber qual o sentido errado,
Já não mais tenho alma
Para o empurrar contra a gravidade!

Dei por mim a entardecer.

4 comentários:

  1. Um poema muito interessante, Teresa. E sentiste que entardecias, sem ligares ao guarda-sol. Porque ao entardecer a sensibilidade apodera-se do coração...
    Um beijo.

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  2. interessante e muito belo.
    amanhã o sol terá outra cor e outro calor.
    beijinho

    :)

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  3. Não conhecia o teu blogue.
    Mas com este poema, que é o primeiro que leio, já sei que vou gostar de voltar aqui muitas mais vezes.
    Porque o teu poema é fantástico. Gostei muito.
    Beijinhos, futura amiga Teresa.

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  4. Na falta de relâmpagos
    que rebente o chão
    em flor

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